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Pois é, a produção agroecológica e a produção orgânica, mesmo que estejam relacionadas, não são a mesma coisa. As duas partem da premissa do não uso de agrotóxicos na plantação e de agentes químicos no trato dos animais, levando em consideração a preservação da saúde humana no consumo dos alimentos produzidos.
A produção orgânica, em sua definição, pode parar por aí.

Já a produção agroecológica aprofunda o debate da produção, comercialização e consumo de alimentos nos fatores ambientais, ecológicos, sociais, culturais, econômicos e políticos. Na Agroecologia, as condições de trabalho de agricultoras/es, a compatibilidade das culturas em relação ao ecossistema local, o nível de industrialização do processo, a preservação dos saberes locais e do modo de vida camponesa e a valorização da trajetória, do planejamento familiar e da segurança alimentar são moldadores em todas as etapas de sua “cadeia produtiva”.

Tanto os produtos orgânicos quanto os produtos agroecológicos possuem certificações feitas por instituições credenciadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento que atuam no Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica.

“Uma das principais diferença entre o selo orgânico e o agroecológico é o fator humano: o primeiro já foi absorvido pelo agronegócio capitalista, e pode ser produzido inclusive em latifúndios quase completamente mecanizados, com pouco ou nenhum envolvimento de trabalhadoras/es do campo, transferidos, nesse sistema, para os centros de processamento dos produtos.” (https://www.brasildefato.com.br/2018/05/03/alimento-organico-ou-agroecologico-entenda-a-diferenca-entre-os-modos-de-producao)

A Agroecologia segue a lógica da alimentação da família produtora, e não o planejamento financeiro dos grandes fazendeiros.

Portanto atente-se: nem todo alimento orgânico é um alimento agroecológico!
Existem alimentos em que a produção está em transição para o modo orgânico e/ou para o modo agroecológico, o que significa que sua produção está passando pelo processo de certificação ou que ela não possui ainda todas as características que a categoriza como agroecológica e/ou orgânica.

Fontes: https://www.brasildefato.com.br/2018/05/03/alimento-organico-ou-agroecologico-entenda-a-diferenca-entre-os-modos-de-producao
https://www.sda.ce.gov.br/2019/05/21/as-diferencas-entre-organicos-agroecologicos-e-em-transicao/
http://recoopsol.ic.ufmt.br/index.php/2020/04/03/organicos-ou-agroecologicos-entenda-as-diferencas-sobre-estes-produtos/#:~:text=A%20agroecologia%20pode%20ser%20comparada,uma%20%C3%A1rea%20sem%20a%C3%A7%C3%A3o%20humana.&text=A%20agroecologia%20envolve%20quest%C3%B5es%20al%C3%A9m%20de%20produ%C3%A7%C3%A3o%20e%20consumo

Outros dados sobre Agroecologia:

  • AGROECOLOGIA é uma das denominações da AGRICULTURA DE BASE ECOLÓGICA, assim como a Permacultura, a Agricultura Biodinâmica e os Sistema Agroflorestais.
  • Agroecologia é uma base conceitual, metodológica, ideológica e política que une saberes dos povos tradicionais, camponeses, indígenas e quilombolas aos conhecimentos científicos para melhorar práticas e desenvolver um agroecossistema sustentável. É a prática da agricultura sem uso de agrotóxico, mantendo o cuidado com o solo e com toda a cadeia produtiva: produção, transporte, venda, consumidores/as e trabalhadores/as.
  • NÃO EXISTE SÓ UM JEITO DE PLANTAR BATATAS. Cada povo, com seus saberes, nos diversos biomas e suas características geográficas, tem suas maneiras peculiares de fazer agricultura. Então é certo dizer que existem diversas formas de fazer agroecologia, pois ela se constrói pelos saberes das pessoas!
  • O projeto de desenvolvimento do Brasil teve como foco o meio urbano e na zona rural houve grande incentivo ao latifúndio. Além disso tudo, os governos militares abriram portas para o pacote tecnológico no campo (o agronegócio dando suas caras). Daí, em meados da década de 70 aumentaram as críticas ao modelo que já era hegemônico e o povo começou a resgatar e aperfeiçoar modelos de agricultura de base ecológica. E A AGROECOLOGIA NASCEU NESTE PERÍODO, FAZENDO OPOSIÇÃO DIRETA AO AGRONEGÓCIO!
  • O agronegócio (mais pop que nunca) é:
    – Utilização de agrotóxicos e fertilizantes sintéticos
    – Alteração da biologia molecular dos alimentos, os transgênicos
    – Monocultura (ou seja, plantar um só alimento, até a exaustão do solo)
    – Latifúndios
    – Exploração dos/as trabalhadores/as do campo
    Ah! E geralmente os grandes donos de terras, também são donos das indústrias que processam os alimentos. 
  • As práticas mais comuns no plantio agroecológico são:
    – Barreiras naturais (que é plantar árvores ao redor da propriedade para proteger do vento, do sol excessivo e para atrair os insetos e mantê-los longe dos canteiros)
    – Cobertura do solo com folhas secas e outros materiais mortos (que protege do sol e da chuva em excesso, além de nutrir e preservar o solo, mantendo a umidade e economizando água!)
    – Uso de esterco, compostagem e outros fertilizantes biológicos para nutrição do solo
    – Instalação de sistema de irrigação e drenagem
  • Outra prática comum na Agroecologia é a preservação e a multiplicação das sementes crioulas. São sementes que, além de preservar os saberes e tradições dos povos, resgatam uma variedade de alimentos que foram sumindo ou ficando escassos com a padronização através das sementes transgênicas. Elas são resistência ao agronegócio!
    Estas sementes produzem milho roxo, feijão vermelho, melancia amarela e um monte de alimento que parece ter saído da ficção. As sementes podem ser grãos, ramas, folhas, flores, frutos a própria raiz ou o caule.
  • A Agroecologia está intimamente ligada ao meio rural, mas você acredita que existem formas de praticá-la nas cidades e centros urbanos?
  • Para além da criação de hortas comunitárias nas cidades, a criação de mercados de consumo alternativos (como feiras, cestas, compra direta) fortalecem os/as pequenos/as agricultores/as. E isso também é fazer agroecologia, consumir de forma consciente e construir outros modelos de economia, como a solidária!

Quer saber mais? Segue lá:
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Fontes: Conteúdo desenvolvido pelo mestrando Pedro Vanzo.